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OPINIÃO: Quem?

Não é preciso muita procura para encontrar e identificar os tantos que já há alguns meses, e não passa disto, empunham a bandeira da instalação de uma nova loja componente de emergente cadeia de estabelecimentos do varejo aqui, na Boca do Monte.

Sob o manto do desenvolvimento econômico, e por reflexo o social, geração de tributos e inúmeros outros atributos capazes de se materializarem no seio da comunidade e em seu benefício, de hora para outra, uma tormenta de adesões e, sim, homenagens em louvor ao que sequer ainda foi instalado ou construído, eclodiu.

Não sei se pela dimensão da empresa (aliás, como os inúmeros apaixonados de derradeira hora por ela, desconheço seu real tamanho), sua notoriedade ao custo de mídias escritas, faladas, televisionadas, "internetadas", nacionais, com o acréscimo do elemento do ideal empresarial pela entronização de um indivíduo como ícone a personificar o que há de melhor e certo no mundo dos negócios, ainda que à revelia de acusações e inquéritos policias em trâmite, o mero titubear ou refletir a respeito de como posicionar-se passou, novamente, a ser interpretado como postura contrária ao desenvolvimento da cidade.

O número 150, acrescido ao vocábulo "empregos", fez paixões, amores avassaladores, ao ponto de causar latente frenesi em autoridades públicas (investidas e pretensas) locais e com cidadãos nossos que foram das fotografias e vídeos em redes sociais à coleta de assinaturas em logradouros públicos, chegando até à verborragia contra quem, em nome da cautela, disse da necessidade da serenidade e de exames com maior apuro.

A lei foi atacada, mesmo sendo desconhecida, e as instituições sindicais dos empregados e empregadores culpadas pelo que sequer disseram ou deixaram de dizer, como pelo que sequer fizeram, ou deixaram de fazer, a respeito do que só lhes compete respeitar e observar, não definir ou deliberar.

Eu, daqui, acompanhei. Estou acompanhando, aliás, com confessada indiferença, pois, vindo a loja nova ou não, descreio da quimera de alterações prometidas e acreditadas por esses tantos. Talvez seja em razão de alguma deficiência cognitiva minha, portanto, problema meu...

O que me reocupa é que essa debilidade de percepção que possa me acometer, quem sabe, seja também quem me impede de olhar a tudo procurando pelas mesmas homenagens, as mesmas defesas afetivas, fotos, sorrisos, filminhos, likes, curtidas, comentários, abaixo assinados, campanhas, e etecetera e tal em reconhecimento dos que não apenas aqui já estão, mas que já construíram.

Não consigo, por mais que me esforce, achar tamanha mobilização em reconhecimento aos mais de 4 mil estabelecimentos comerciais varejistas que construíram a sólida e renomada fama do comércio local como referência e que, mais que gerar, sustentam mais de 18 mil empregos diretos. Tudo isso há décadas, apesar e dentro das regras que agora a gigante novidade pretende ver alteradas para viabilizar sua vinda tão aclamada. Que solidez é esta na empresa que quer vir, que não é capaz de aguentar o que os nossos pequenos daqui aguentam há anos?

Quem celebra, ampara, cumprimenta, filma, fotografa, louva ou sequer agradece a essa gente daqui de Santa Maria que resiste, como, quem lamenta e lembra daqueles hoje no limbo da bancarrota e que, apesar de tudo, a ninguém pediu benesses ou privilégios?

Certamente alguém. Eu só queria saber quem. Vou procurar no face...

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